Espaços

A igreja é o centro espiritual do cenóbio franciscano de Monchique, apresentando-se como o lugar mais destacado de todo o conjunto. Geralmente, as igrejas conventuais de clarissas implantavam-se no local do terreno que confinava com a via pública, facilitando o acesso dos fiéis ao seu espaço interior. Em Monchique, no entanto, o acesso à igreja é feito a partir do pátio principal que articulava a entrada principal da cerca conventual.

Cumprindo o princípio de separação definido pelo voto de clausura, o corpo longitudinal da igreja divide-se em “igreja pública” e coro das monjas que ocupava toda a sua largura. Sendo um elemento característico da arquitetura monástica, o coro permitia também resolver as limitações do acesso da igreja aos fiéis, as condicionantes associadas à clausura e também a própria visibilidade da comunidade. Em Monchique encontramos dois coros: para além do coro-alto, havia também o coro-baixo, localizado sob este.

A palavra claustro provém do latim claustrum, referindo-se a um lugar fechado e que nos remete para um pátio interno rodeado de galerias com arcadas. Caracterizado pela sua funcionalidade e enquanto elemento organizador do espaço monástico, permite harmonizar a estrutura arquitetónica, conferindo-lhe uniformidade.

O claustro de Monchique, de planta quadrada e com dois pisos, era também um local vocacionado para a meditação, à volta do qual se distribuíam inúmeras capelas, altares e estações de Via-Sacra. Um pórtico manuelino, que integra o atual espaço exterior do Hotel Neya Porto, dava acesso a uma dessas capelas no claustro.